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Destaques

Começando um novo blog!

Brasil. Terça-feira, 15 de fevereiro de 2022. 07:45 da noite. Olá! Estou começando um novo blog por aqui! A ideia é postar aqui fotos das capas dos livros que eu já li como uma forma de manter aceso em mim e de incentivar o gosto e o hábito da leitura em outras pessoas, expandir meus negócios, aumentar meus rendimentos no AdSense e continuar me divulgando como escritora. O plano também é postar uma foto por mês e já aproveito para avisar que todas as fotografias aqui publicadas, quando não creditadas, serão de minha autoria! Desde já eu agradeço pelas visitas! Espero que esse blog aqui seja um sucesso, hein?! Sem mais, ~Rose Gleize. Conheça o meu outro blog, o Cartas da Gleize . Querendo ou precisando comprar livros? Na seção  Livros  da minha loja virtual, a Magazine Eletronicka, onde agora é possível gerar cupons de desconto para os clientes, você encontra livros diversos! Venha conferir! Seção Livros - Loja Magazine Eletronicka.

POLLYANNA - CAPÍTULO 20.

Brasil.
Sexta-feira, 16 de setembro de 2022.
08:00 da manhã.

MAIS SURPRESAS.

CADA DOMINGO Pollyanna comparecia ao serviço religioso da escola pela manhã, e à tarde saía a passeio com Nancy. Numa dessas vezes aconteceu cruzar-se com o carro do doutor Chilton, o qual logo estacou.
— Suba. — disse ele. — Tenho alguma coisa a lhe dizer e estava justamente me dirigindo à casa de Miss Polly com esse fim.
— Que é, doutor Chilton? — perguntou ela, depois de acomodar-se ao seu lado.
— Mr. Pendleton quer muito que a menina o vá ver hoje sem falta. Diz que é assunto de grande importância.
Pollyanna ficou radiante.
— Sim, eu sei o que é. Vou já.
O doutor olhou-a com surpresa, e estranhando aquele entusiasmo, disse:
— Não sei se devo levá-la, Pollyanna; a menina esteve mais agitante do que calmante para o meu doente, da última vez que lá foi.
Pollyanna desferiu uma risada alegre.
— Quem causou a agitação não fui eu, o senhor deve saber... foi tia Polly!
— Sua tia? Como isso? — interrogou o médico, surpreso.
— Sim, ela. — respondeu a menina, dando um pulo no assento. — O caso é mesmo "agitante", como o capítulo principal de um livro. Quer saber como foi? Eu prometi não contar nada a ninguém, mas aos médicos conta-se tudo. Quando ele pediu para nada dizer a ninguém estava referindo-se a ela.
Ela?
— Sim, tia Polly e... isso, decerto, porque queria ele mesmo explicar-lhe tudo. Os namorados são assim.
— Os namorados! E esta agora?...
Sem querer o doutor havia dado um puxão nas rédeas, fazendo o cavalo vacilar na marcha.
— Namorados, sim, doutor! É do romance que decifrei... ou antes, que Nancy decifrou. Nancy disse-me que tia Polly, em velhos tempos atrás, havia tido um namorado, com o qual brigara; mas Nancy nunca pôde descobrir quem fosse o namorado. Isso descobri eu agora. Foi Mr. Pendleton!
Nova atrapalhação do cavalo mostrou que a mão do médico não estava muito firme.
— Oh, não! — exclamou ele. — Jamais me constou semelhante coisa.
Estavam já perto da casa de Miss Polly e Pollyanna teve de precipitar a história.
— Garanto que sim... e estou muito contente disso. A descoberta veio lindamente. Mr. Pendleton perguntou-me se não queria ir morar com ele, e eu respondi que não podia de modo nenhum abandonar tia Polly, que tem sido tão boa para mim. E foi então que ele me contou a história de uma mão de mulher... e de um coração também de mulher que muito queria ter em casa, e quer ainda... e eu fiquei contentíssima. Isso significa que ele deseja fazer as pazes, e nesse caso eu e tia Polly iremos morar na casa de Mr. Pendleton, ou ele irá morar na casa de tia Polly... ponto ainda não resolvido. Mas tia Polly de nada sabe, de modo que o romance está no meio. Suponho que quer ver-me hoje para combinar mais alguma coisa a respeito do negócio.
O rosto do doutor mostrava uma expressão estranha.
— Muito bem, — disse ele, detendo o cavalo diante da casa de Miss Polly. — fico ciente dos motivos pelos quais Mr. Pendleton tanto deseja a sua visita.
— Lá está tia Polly na janela! — exclamou a menina. — Sumiu-se... ou foi engano dos meus olhos?
— Não está lá mais agora. — disse o doutor... e em seu rosto estampou-se uma vaga tristeza.

Pollyanna encontrou Mr. Pendleton muito nervoso, quando foi vê-lo à tarde.
— Pollyanna, — começou ele, sem preâmbulos. — estive parafusando toda a noite sobre o que disse ontem a respeito de Miss Polly e quero que me explique o que há.
— Ora, o que há? Sei que o senhor e ela já foram antigamente namorados e estou fazendo tudo para que se tornem namorados de novo.
— Namorados? Eu e Miss Polly?
O tom de surpresa daquela interrogação fez Pollyanna arregalar os olhos.
— Pois foi o que Nancy me provou. — contraveio a menina.
O homem disparou numa risada gostosa e depois disse:
— Bem, bem! Mas sinto muito ter de declarar que essa Nancy está mal-informada.
— Quer dizer que não foram namorados? — indagou a menina, com voz trágica de decepção profunda.
— Nunca!
— Então não é exatinho como num romance?
Não houve resposta. Os olhos do homem estavam pensativamente fixos nos longes da paisagem vista da janela.
— Oh, meu caro! — suspirou Pollyanna. — Tudo ia indo tão magnificamente... e eu, tão satisfeita de vir para aqui com a tia Polly...
— E sem ela não vem?
— Não posso. Bem sabe que sou de tia Polly.
O homem mudou de expressão e foi com quase ferocidade que disse:
— Antes que você fosse de Miss Polly, você foi da sua mãe... e... e foi a mão e o coração da sua mãe, Pollyanna, que eu sempre almejei.
— Minha mãe! — exclamou a menina, com os olhos desmesuradamente abertos.
— Sim, sua mãe. Eu não queria contar isto, mas não há remédio. — confessou John Pendleton, com infinita tristeza e falando com dificuldade. — Amei sua mãe, Pollyanna, — continuou. — mas não fui correspondido e de repente lá se foi o meu sonho para outras terras, casada com outro homem... seu pai, Pollyanna. Um desastre para mim. O mundo inteiro apareceu-me coberto de sombras e... mas não importa. Basta que saiba que desde aí tornei-me solitário, grosseiro, esquisitão, desagradável e assim envelheci, ou quase, pois ainda não tenho sessenta anos. Afinal, um belo dia, surge-me na vida uma menina, que vem irisar-me por dentro, qual prisma atravessado pelos raios de Sol. Descobri depois quem era essa menina e intentei nunca mais vê-la para não reavivar o que sentira por sua mãe... mas esse projeto você bem sabe como falhou. E agora sonho tê-la aqui para sempre. Diga-me, Pollyanna, quer morar comigo?
— Mas, Mr. Pendleton, eu... eu não me governo. Sou de tia Polly, já disse.
Seus olhos estavam marejados de lágrimas.
— Tia Polly! E eu não sou nada? Como quer que eu fique contente com tudo se me abandona? Saiba, Pollyanna, que só depois que você entrou em minha casa é que comecei a viver. E se eu a tivesse aqui como filha, oh, então ficaria contentíssimo de viver... contente de tudo, tudo! E não haveria um desejo seu, Pollyanna, que não fosse satisfeito. Toda a minha fortuna, até o último centavo, seria empregada em fazê-la feliz.
A menina mostrou-se chocada.
— Além disso, uma pessoa com tanto dinheiro não precisa de mim para ficar contente a respeito de tudo. O senhor pode, com esse dinheiro, fazer muitas pessoas felizes... e não escapará de ficar contente. Não foi assim com os prismas de cristal que deu a Mrs. Snow e a moeda de ouro que deu a Nancy?
— Sim, sim, não tem importância. — interrompeu o homem, que jamais fora conhecido como amigo de dar. — Mudei... estou mudado, e tudo por sua causa, Pollyanna! Quem deu a elas essas coisas não fui eu, foi você. Sim, você. — insistiu ele, vendo a expressão negativa da menina. — E isso só prova como necessito de sua presença ao meu lado. Para que eu possa jogar o jogo do contente só há um meio, Pollyanna, é que você venha jogá-lo aqui comigo.
A menina estava cada vez mais atrapalhada.
— Tia Polly tem sido boa para mim! — começou, mas foi interrompida bruscamente. A velha irritação de Pendleton estampava-se de novo em seu rosto.
— Sem dúvida que foi boa para você, mas Miss Polly não necessita de você, Pollyanna! Nem metade do que necessito eu. Compreenda isto.
— Ela anda contente, sim, de ter-me lá...
— Contente! — interrompeu o homem, com a paciência já exausta. — Aposto que Miss Polly nem sonha o que é estar contente... de coisa nenhuma. Só conhece e pratica o dever. É a escrava do dever. Já tive no passado a experiência desse tal dever. Confesso que fomos em tempo grandes amigos, isso durante quinze ou vinte anos. Conheço-a bem. Todos aqui a conhecem. Não é do tipo "contente", não, Pollyanna. É do tipo "dever". Fale-lhe nisso, de vir ser minha filha, a ver o que ela diz. Oh! Minha amiguinha, eu necessito tanto, tanto da sua presença aqui.
Pollyanna soluçava.
— Está bem. Falarei com tia Polly. — respondeu, pensativamente. — Eu não digo que não goste de viver aqui com o senhor, Mr. Pendleton, mas... — e Pollyanna fez uma pausa de instantes; depois: — Em todo o caso estou contente de ainda não ter dito à tia Polly coisa nenhuma do que se passou, porque então ela...
John Pendleton sorriu com amargura.
— Bem, Pollyanna. Foi bom que nada dissesse.
— Apenas disse-o ao doutor, porque médicos são médicos.
— Ao doutor Chilton? — perguntou Pendleton, voltando-se de brusco.
— Sim, quando ele veio dizer-me que o senhor me queria ver hoje.
O homem recaiu sobre a poltrona e, muito atento, indagou:
— E que fez o doutor Chilton?
— Nem me lembro mais. — respondeu a menina, franzindo a testa num esforço para recordar-se. — Ah! Disse que podia agora compreender a sua ânsia em que eu viesse hoje cá.
— Hum, disse isso! — resmungou Pendleton... e Pollyanna não pôde interpretar a expressão do seu rosto. ☁☀☁

Esse foi o 20° capítulo!
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Saiba por que esse texto está aqui, em: Pollyanna - Domínio público e texto completo.


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