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Destaques

Começando um novo blog!

Brasil. Terça-feira, 15 de fevereiro de 2022. 07:45 da noite. Olá! Estou começando um novo blog por aqui! A ideia é postar aqui fotos das capas dos livros que eu já li como uma forma de manter aceso em mim e de incentivar o gosto e o hábito da leitura em outras pessoas, expandir meus negócios, aumentar meus rendimentos no AdSense e continuar me divulgando como escritora. O plano também é postar uma foto por mês e já aproveito para avisar que todas as fotografias aqui publicadas, quando não creditadas, serão de minha autoria! Desde já eu agradeço pelas visitas! Espero que esse blog aqui seja um sucesso, hein?! Sem mais, ~Rose Gleize. Conheça o meu outro blog, o Cartas da Gleize . Querendo ou precisando comprar livros? Na seção  Livros  da minha loja virtual, a Magazine Eletronicka, onde agora é possível gerar cupons de desconto para os clientes, você encontra livros diversos! Venha conferir! Seção Livros - Loja Magazine Eletronicka.

POLLYANNA - CAPÍTULO 3.

Brasil.
Sábado, 16 de abril de 2022.
08:00 da manhã.

A CHEGADA DE POLLYANNA.

DIAS DEPOIS chegou telegrama anunciando que Pollyanna estaria em Beldingsville no dia seguinte, 25 de junho, às quatro da tarde. Miss Polly leu a notícia com uma carranca e em seguida subiu ao quartinho que mandara arrumar. Continuou lá com a carranca enquanto o examinava.
Havia no quarto uma pequena cama bem arrumadinha, duas cadeiras, um lavatório, um guarda-roupas sem espelho e uma mesinha. Nada de cortinas, nem de decorações na parede. O Sol batia ali o dia inteiro e o ambiente estava como o de um forno. Como não houvesse tela de arame nas janelas, as vidraças não tinham sido erguidas. Uma grande mosca voava às tontas de lá para cá, tentando escapar-se.
Miss Polly matou a mosca e lançou-a fora, erguendo para isso um dedo apenas da vidraça; mudou de lugar uma cadeira e saiu, sempre carrancuda.
— Nancy, — disse ela logo depois, da porta da cozinha. — encontrei moscas no quarto de Miss Pollyanna. As vidraças só devem ser erguidas quando for tempo. Já encomendei telas de arame e enquanto não vêm conserve-as fechadas. Apronte-se para ir recebê-la na estação. Timóteo levará o carrinho aberto. O telegrama diz que é uma menina de cabelos loiros, vestido de xadrez e com chapéu de palha. É tudo quanto sei e basta.
— Sim, senhora; mas então...
Miss Polly compreendeu a pergunta gorada e refranziu a testa.
— Não, não vou. Não é necessário que eu vá, suponho. — e retirou-se. As providências de Miss Polly para receber a sobrinha estavam terminadas.
Logo que ela desapareceu Nancy jogou o ferro de passar roupas em cima de um pano de pratos e começou a resmungar.
— Cabelos loiros, vestido de xadrez, chapéu de palha... tudo quanto ela sabe! E é a sua única sobrinha... imaginem...
Vinte minutos mais tarde Timóteo e Nancy rodavam no carrinho aberto, rumo à estação. Timóteo era filho do velho Tom, e dele diziam que se Tom era o braço direito de Miss Polly ele era o braço esquerdo. Rapaz de bom gênio, bastante moço ainda e direitão. Apesar de Nancy ser muito novata na casa, já estavam os dois bastante íntimos. Naquele dia, porém, Nancy se sentia tão compenetrada da sua missão que não procurou prosa, e o trajeto foi feito quase em silêncio.
Nancy ia repetindo as palavras do telegrama. "Cabelos loiros, vestido de xadrez, chapéu de palha." E nos intervalos punha-se a imaginar como seria Miss Pollyanna.
— Meu desejo é que ela seja muito boazinha e não derrube talheres no chão, nem bata as portas. — disse por fim a Timóteo, ao chegarem à estação.
— Se ela não for assim, — respondeu o moço, numa careta. — ninguém poderá saber o que vai ser de nós. Imaginem só que seja uma menina travessa! Depressa! O trem está apitando.
— Oh Timóteo, estou achando muito mesquinho isto dela me mandar receber a sobrinha, não acha? — disse ainda Nancy, ao saltar da carruagem.
Não foi difícil reconhecer a sobrinha de Miss Polly, no seu vestidinho de xadrez, muito loira e de chapéu de palha. Descera do vagão e ficara a olhar para todos os lados, à espera de alguém que a reconhecesse. Menina sardenta e franzina.
Nancy adivinhou-a imediatamente, mas ficara de pernas tão moles que teve que esperar uns minutos antes de dirigir-lhe a fala.
— Miss Pollyanna, é a senhora? — perguntou, afinal, e a resposta foi um abraço nervoso da menina de vestido xadrez.
— Oh, estou tão contente, tão contente de ter-me vindo esperar! — murmurou ela, ao ouvido de Nancy durante o abraço. — Sou Pollyanna, sim, e tão contente! Que bem fez em ter vindo!...
— Contente? — repetiu Nancy, admirada e desconfiada de que Pollyanna já a conhecesse.
— Oh sim; vim toda a viagem imaginando como a senhora seria e com quem se pareceria. — disse a menina, medindo a empregada dos pés à cabeça. — E agora vejo que é exatamente como imaginei.
Nancy estava sufocada e foi com alívio que viu aproximar-se o Timóteo. As palavras da menina deixaram-na tonta. 
— Este é o Timóteo. — disse ela. — Não tem mala para carregar?
— Sim, tenho uma novinha em folha. — respondeu Pollyanna, com importância. — A Auxiliadora Feminina deu-me um papel que Mr. Gray me entregou. — Mr. Gray é o marido de Mrs. Gray. São sobrinhos da mulher do deão Carr. Eu vim com eles e foram muito amáveis comigo. Aqui está o papel. — concluiu, retirando um conhecimento de estrada de ferro do fundo da sua bolsa de mão.
Nancy soltou um longo suspiro. Instintivamente sentiu que era preciso tomar fôlego depois daquela explicação... e lançou uma olhadela para Timóteo, cujos olhos se desviaram.
Afinal acomodaram-se no carrinho, Pollyanna entre Nancy e Timóteo e a mala, atrás. Enquanto se arrumavam a menina abriu-se numa torrente de perguntas e comentários que deixou a moça tonta.
— Viva! Que lindo que é isto. Muito longe a casa? Bom que seja, porque gosto de andar de carro. — começara Pollyanna, logo que o carrinho se pôs em marcha. — Mas se não for longe, não faz mal, não faço caso, e até será melhor, porque chegarei mais cedo. Que rua bonita! Eu sabia que era bonita... papai me disse.
Nesse ponto interrompeu-se, como que sufocada. Nancy olhou para ela e a viu com os lábios trêmulos e os olhos cheios d'água. Mas foi passageiro aquilo. Instantes depois estava senhora de si.
— Papai me contou, sim. Ele nunca se esqueceu disto por aqui. E... eu ainda não expliquei o caso deste vestido de xadrez vermelho, em vez de vestido preto. Mrs. Gray disse que todos iriam estranhar. Mas não havia nenhuma fazenda preta na barrica do missionário, a não ser o veludo de uma basquinha que a mulher do deão Carr achou impróprio para mim. Além disso tinha várias manchas brancas... do rústico, a senhora sabe... nos ombros e nos cotovelos. Alguém, na Auxiliadora Feminina, quis me comprar um vestido preto e um chapéu preto, mas outros acharam que o dinheiro devia ser guardado para o tapete que eles querem oferecer à igreja. Mrs. White disse também que não gostava de crianças de preto, que achava impróprio para a idade essa cor.
Pollyanna parou para tomar fôlego e Nancy gaguejou:
— Sim, está muito bem, me parece...
— Gosto que a senhora pense assim. Eu também penso. — continuou a menina, depois de tomar bastante fôlego. — Deve ser difícil a gente ficar alegre estando vestida de preto.
— Alegre! — murmurou Nancy, sem compreender o que a menina dizia.
— Sim, alegre, do pai ter ido para o Céu encontrar-se com a mamãe e os outros irmãozinhos, não percebe? Ele me disse que era preciso conservar-me alegre. Mas tem sido difícil, apesar deste vestido vermelho, porque ele me faz falta e acho que devia ter ficado comigo, já que Deus levara mamãe e o resto da família e eu não tenho ninguém por mim, a não ser a Auxiliadora Feminina. Mas agora vai ser mais fácil, porque tenho à senhora, tia Polly. Oh, estou contente de ter vindo!...
A simpatia de Nancy pela pobre menina abandonada tinha-se transformado em terror.
— Oh! Mas... mas a senhora está enganada, minha cara. Eu sou apenas a Nancy. Não sou a sua tia Polly.
Pollyanna arregalou os olhos, lívida, como prestes a desmaiar.
— Não é tia Polly?
— Não. Sou a Nancy. Nunca imaginei que a senhora me tomasse por ela. Nós... não somos iguais em nada, absolutamente em nada.
Timóteo abafava uma risadinha, mas Nancy estava muito atrapalhada para responder-lhe às olhadelas caçoístas.
— Mas quem é você? — perguntou Pollyanna. — Não se parece em nada com as damas da Auxiliadora.
Desta vez Timóteo não pôde conter-se e riu às soltas.
— Sou Nancy, a empregada. Faço todo o serviço, exceto lavar e passar roupa pesada. Isso compete a Mrs. Durgin.
— Mas a tia Polly existe? — indagou a menina, com ansiedade.
— Pode apostar a sua alma que existe. — rosnou Timóteo.
Pollyanna suspirou.
— Oh, então tudo está bem. — disse como para consigo mesma, e fez uma pausa. Em seguida: — E você a conhece? Já estou até contente que ela não tenha vindo receber-me, porque assim tive você e ao chegar terei a ela... duas valem mais que uma.
Nancy corou e Timóteo lhe disse com um sorriso de cumprimento:
— É o que se chama uma linda amabilidade. Por que não agradece a gentileza à mocinha, Nancy?
— Eu... eu estava pensando em Miss Polly. — gaguejou Nancy.
Pollyanna suspirou, satisfeita.
— Eu também. Estou com grande vontade de conhecê-la. Você sabe que é a única tia que tenho e só de muito pouco tempo vim saber disso. O papai contou-me. Disse que morava numa casa enorme, no topo duma colina.
— E assim é. Lá está ela... a casa! — exclamou Nancy, apontando para o Solar, que começava a aparecer. — Aquela casa grande, de venezianas verdes, bem nesta direção.
— Oh, que linda! E que lindos gramados e bosques há em redor! Nunca na minha vida vi gramado tão extenso. A tia Polly é muito rica, Nancy?
— Upa! É, sim.
— Estou tão contente! Que bom deve ser ter montes de dinheiro, não? Eu nunca lidei com gente rica: isto é, os White eram riquinhos. Tinham tapetes em todas as salas e tomavam sorvetes aos domingos. Há sorvetes aos domingos na casa de tia Polly?
Nancy respondeu com a cabeça que não e mordeu os lábios ao trocar uma olhadela com o Timóteo.
— Não, Miss. A sua tia não gosta de sorvetes, suponho; pelo menos nunca vi sorvete em sua casa.
A menina fez bico.
— Oh, que pena. Não sei como possa haver quem não goste de sorvetes. Mas afinal de contas isso até é bom, porque o sorvete que a gente não toma não vai fazer doer o estômago. Na casa de Mrs. White usavam sorvetes... eu tomei muitos lá. Mas tia Polly tem tapetes, não?
— Sim, isso tem. Tapetes, tem.
— Em todos os cômodos?
— Em quase todos. — respondeu Nancy, franzindo a testa, como pela súbita lembrança do quartinho do sótão, que não tinha tapete nenhum.
— Oh, estou tão contente! — repetiu Pollyanna. — Gosto muito de tapetes. Em casa não tínhamos nenhum, exceto dois tapetinhos, assim deste tamanho, que vieram numa barrica do missionário, um deles manchado de tinta. Mrs. White também tinha quadros na parede, lindos... um de meninas brincando entre roseiras, um de carneiros no pasto e um leão. Não juntos! A Bíblia diz que os leões e carneiros ainda hão de andar juntos, mas esse tempo não chegou... pelo menos na casa de Mrs. White. Você gosta de quadros?
— Eu... eu não sei. — respondeu Nancy, atrapalhada.
— Pois eu gosto. Não tínhamos em casa quadro nenhum. Na barrica do missionário não veio nenhum. Isto é, havia dois, no começo. Mas um papai vendeu para comprar um par de sapatos e o outro estava tão podre que um dia despencou da parede e ficou em cacos. Vidro é coisa que quebra, você sabe. E eu gritei, gritei e chorei, sim. Mas estou gostando que não houvesse em casa todas estas coisas, porque agora irei apreciá-las muito mais na casa de tia Polly. Quando a gente não está acostumada a uma coisa aprecia mais, não é? Foi como quando saíram da barrica aquelas fitas de amarrar o cabelo, tão lindas... depois de terem saído umas feias, velhas, já sem cor. Meu Deus! Como é bonita a casa! — gritou ela, quando o carrinho parou defronte da mansão senhorial.
Enquanto Timóteo descarregava a mala, Nancy cochichou-lhe ao ouvido: 
— Não me fale mais em deixar o serviço, hein?
— Deixar o serviço agora? — respondeu ele, numa risada. — Nunca! Com esta menina aqui a casa vai ficar melhor do que um cinema.
— Cinema! Cinema! — repetiu Nancy, com indignação. — Eu aposto que não vai ser cinema nenhum, isto das duas procurarem acomodar-se uma à outra. A menina vai ter necessidade de uma toca para refúgio. Pois muito bem, eu ficarei sendo a toca para refúgio da coitadinha... eu, eu, sim!
E foi levar Pollyanna para dentro. 🌼

Esse foi o terceiro capítulo!
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A partir desse capítulo eu só vou postar os próximos capítulos se houverem leitores e comentários nesse e nos dois capítulos anteriores. Não irei postar mais nenhum capítulo sem que apareçam e as postagens dos próximos capítulos irão depender disto, à medida que os leitores forem aparecendo, querendo e pedindo as postagens dos capítulos seguintes; caso contrário, as postagens dos próximos capítulos ficarão suspensas!
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Saiba por que esse texto está aqui, em: Pollyanna - Domínio público e texto completo.


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